COMO SE TORNAR UM GESTOR COMPLETO

Todos nós que trabalhamos em empresas e mesmo fora delas, sabemos que resultados são alcançados através de pessoas. Portanto, saber trabalhar com pessoas deve ser uma das principais preocupações de qualquer gerente; pois, elas é que deverão fazer as coisas acontecerem e atingir os resultados a serem alcançados.

Na maioria das vezes, a habilidade de liderança supera o conjunto de habilidades técnicas; apesar de sua grande importância e necessidade incontestável.

É mais ou menos o seguinte: um bom técnico você pode contratar com certa facilidade (ou até formar num determinado período); mas o mesmo não acontece para se conseguir um bom líder.

Toda pessoa que exerce ou deseja exercer a função de gerência, independentemente do nível de gestão, deve saber que seu recurso principal será o conjunto de pessoas que compõe sua equipe.
Assim, será de grande importância saber definir o tipo de indivíduo ou o tipo de profissional que vai atender suas expectativas ou as necessidades de seu setor e, por consequência, as da empresa.
Enfim, por melhor líder que você seja, se não compuser uma equipe de acordo com seus objetivos, dificilmente chegará a algum lugar.

A boa liderança requer também boa equipe.

Não existem bons gestores que tirem “leite de pedra”, esse é um conceito no mínimo infantil.
Um bom trabalho requer instrumentos bons, matéria-prima boa e certamente mão-de-obra e pessoas adequadas.

Uma característica do empresário bem sucedido está na sua habilidade em escolher colaboradores, em identificar talentos que realmente agreguem valores, ideias, criatividade e principalmente capacidade de levar a cabo as tarefas, as missões e os desafios mais difíceis. Isso é que faz a diferença.

A formação das pessoas depende fundamentalmente da matéria-prima da qual elas são feitas.
O perfil comportamental dos membros da equipe é parte fundamental no processo, pois é fator quase que determinante sobre o quanto o indivíduo tem as aptidões naturais necessárias para desenvolver-se sob sua coordenação.

Como chefe de equipe, você deve procurar a melhor matéria-prima possível e, isso quer dizer gente.
As melhores pessoas, as que tenham a melhor condição de frutificar, de se desenvolver sob seu comando.

É muito importante conhecer o estilo ou perfil comportamental das pessoas que trabalham ou pretendem trabalhar para você.
Um dos principais fatores que garantem o sucesso de uma empresa consiste em saber identificar / desenvolver e coordenar talentos; principalmente talentos gerenciais, talentos de liderança, que multipliquem a fecundidade de ideias, a criatividade e a responsabilidade das pessoas para com o trabalho e para com a empresa.

Existe uma linha, uma fronteira entre os empresários centralizadores, que constroem um empreendimento onde eles são a única cabeça pensante e aqueles outros empresários que conseguem criar uma estrutura pensante abaixo deles, com pessoas que tomam decisões e que consigam enxergar o negócio como delas também.
Essas pessoas conseguem compreender que todos os demais funcionários, incluindo elas próprias, terão melhores oportunidades profissionais e pessoais num contexto de desenvolvimento da empresa onde trabalham. Compreendem que, se a empresa for bem, as condições melhoram e todos poderão usufruir de parte desse progresso; seja sob a forma de melhorias salariais, seja melhorando as condições de trabalho, seja proporcionando melhores benefícios etc.
Um exemplo de gestão centralizadora está nas empresas familiares com modelo antigo de gestão. Nestas empresas, somente o pessoal da família costuma ter voz ativa e mesmo assim, apenas o patriarca ou os mais velhos. A geração mais jovem costuma levar muito tempo para se “firmar”, no tocante ao poder de decisões.

Outro exemplo são os profissionais que galgam um primeiro posto de chefia e nele ficam para o resto da vida. Esse modelo costuma ser comum nas empresas familiares. Ele se baseia na “confiança” entre patrão e funcionário, o que é muito bom. Entretanto, somente confiança não basta para exercer uma liderança competente; principalmente hoje, em tempos de mudanças rápidas e muita concorrência. É necessário somar a confiança construída durante os anos de dedicação com a competência técnica e de visão estratégica do negócio.

Quando o profissional não procura unir essas duas forças (confiança e técnicas de gestão) costuma se posicionar numa “linha divisória”; ou seja, esses profissionais não cruzaram a divisa que separa o falso (pseudo) do gestor completo.

O modelo mais comum de construção de empresas familiares é o seguinte: no início, o empresário administra diretamente as operações e tende a centralizar todas as decisões.

Num segundo momento, com o crescimento do negócio, ele percebe a necessidade de identificar, preparar pessoas e delegar para alguém confiável algumas funções . Escolhe pessoas que acredita serem capazes de adquirir a aptidão de liderar/gerenciar com competência.
Entretanto, atravessar essa linha divisória do pequeno para o médio ou grande costuma ser mais difícil do que se pensa. A própria estrutura da empresa dificulta o caminho. Outra dificuldade é o mercado: começa a acontecer uma mudança na relação com clientes e com os concorrentes; o nível de exigência aumenta e junto, o comprometimento financeiro da empresa etc etc.
Nesse estágio, além da confiança, o empresário necessita saber separar o envolvimento afetivo (amizade) que naturalmente nutre pelos escolhidos, da necessária capacitação técnica para a função e real interesse para agregar valor ao negócio que cada gestor deve apresentar.

Outra dificuldade a ser enfrentada: a própria mudança pessoal necessária do fundador do negócio; nesse momento, mais do que nunca é necessário aprender a delegar e acompanhar de forma correta a gestão realizada por seus escolhidos; isto é, aprender a abdicar-se do poder total de decisão tomada de forma individual, buscando garantir a boa “saúde financeira” do negócio. Na maioria das vezes para isso, precisa de ajuda externa para uma reestruturação adequada de processos, procedimentos e competências pessoais, tudo isso embasado em dados e informações confiáveis. Nesse momento torna-se fundamental a formação da equipe de liderança (gestores).

Aqui, fica evidente que a boa liderança é formada por confiança conquistada, vontade de trabalhar, comprometimento com resultado positivo, competência gerencial (conhecimento de métodos de análise e gestão) e formação de equipe.

Este caminho facilita muito a transformação de pequenas em grandes organizações e gerentes iniciantes em gestores competentes, com oportunidades diferenciadas no mercado.

Quando nos esforçamos de maneira competente e bem orientada para desenvolver a empresa, estaremos investindo diretamente em nosso próprio crescimento pessoal e profissional.

Pensem sobre isso e sucesso!

Elias Martins.